quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A surpreendente história de Franco Magnani


O livro "Um antropólogo em Marte" foi escrito pelo escritor e neurologista, Oliver Sacks com o intuito de narrar alguns casos raros na área da neurologia e passar para seu leitor como seus pacientes lidam com os problemas de suas doenças. A ideia é realmente narrar as histórias da vida de seus pacientes e como os mesmos desenvolvem habilidades, conseguindo achar em seus problemas boas coisas a partir de uma doença. Sacks tenta passar o outro lado de uma doença (pode-se dizer que seja o lado bom) e que muitas vezes a partir de um diagnóstico as pessoas desenvolvem comportamentos que ate então não tinham.

Um dos casos do livro é o do italiano Franco Magnani, que sofria de um transtorno compulsivo devido a dois grandes traumas, que foram a morte de seu pai no ano de 1942 e a Segunda Guerra Mundial que devastou sua cidade natal, Pontito. Diante deste diagnóstico, Franco passou a lembrar de sua cidade como ela realmente era antes da guerra e em sua cabeça via imagens de Pontito perfeitamente, acabou desenvolvendo uma habilidade que surpreendeu Sacks, que foi a arte da pintura, mas não eram quaisquer pinturas, eram verdadeiras obras de arte. Era como se Franco tivesse uma memória fotográfica e passasse as fotos para os quadros.

Repare a semelhança entre as pinturas de Magnani e as fotos de Pontito (para visualizar melhor clique na foto)


O que certamente fica como aprendizado no caso de Franco Magnani é que nenhum ser humano nasce com uma habilidade formada por disposição genética ou algo do tipo. Todo ser humano desenvolve habilidades e comportamentos durante períodos de sua vida e obviamente essas habilidades e/ou comportamentos dependem do grupo social em que se convive, por exemplo, Mozart jamais seria um grande pianista se fosse filho de um escravo no inicio do período colonial no Brasil, pois não teria contato com o instrumento em nenhum momento de sua vida. Mesmo não tendo o objetivo de abominar alguns conceitos determinantes, Sacks acaba fazendo isso em "Um antropólogo em Marte".

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