segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O surgimento da História como disciplina

Leopold Ranke

A História é uma ciência muito antiga, mas demorou a se tornar uma disciplina com sua própria hermenêutica específica e Leopold Ranke sem dúvida é um dos maiores responsáveis pela História ter se tornado uma matéria, fundou a Escola Histórica Alemã e foi quem desenvolveu a primeira metodologia na área. Ranke foi o primeiro historiador de todos os tempos, profissionalmente falando.

Apesar de ser um nome importante e tendo toda a boa vontade de literalmente comandar uma revolução na área da historiografia, Ranke cometeu alguns erros básicos na aplicação dessa metodologia que era baseada em documentos (que chama de fontes), dizia que os documentos era o logus do conhecimento e fonte de informações sobre acontecimentos passados, o que é um erro imperdoável, até porque todo documento contém ideias ideológicas (da parte de quem escreveu) e muitas das vezes algumas provas são forjadas, aí vem a necessidade de não se prender apenas no documento. Ranke sem dúvida foi também influenciado pelas ideias do positivismo que estava no seu auge na Europa.

Bloch e Febvre

Anos depois March Bloch e Lucier Fabvre fundaram a Revista dos Analles na França e criticaram duramente as teorias de Ranke. Bloch e Fabvre vão dizer que são os responsáveis por uma “Nova História” (termo usado para menosprezar os trabalhos anteriores na área), o que por sinal é uma grande estratégia, já que Droyssen, Dilthen e Burkhardt (e o próprio Ranke) também haviam feito críticas a hermenêutica do jovem Ranke. A intenção dos Annales é demonstrar que são os responsáveis por uma revolução historiográfica e tiveram êxito nesse objetivo, já que a revista fez um grande sucesso e suas ideias são usadas como base até hoje na área. Os Annales vão dizer que Ranke teve uma concepção ingênua da historiografia quando disse que temos de confiar inteiramente nas evidências como se todas as realidades dos fatos estivessem contidos nos documentos. Os Annales também vão problematizar a historiografia, ou seja, vão usar evidências como base, mas analisar quem está por trás dos escritos, sua ideologia, o que defende, entre outras questões importantes para o desamarrar dos fat
os.

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